Cristianismo em uma abordagem racional
Estarei publicando uma série de artigos abordando o Cristianismo do
ponto de vista da decisão, do livre arbítrio, da capacidade racional de
cada indivíduo.
Quinto artigo.
Arrependimento e a Razão
A melhor definição para
arrependimento, a mais aceita, é aquela que diz: Tristeza pelo erro cometido e
desejo de não cometer mais, acompanhado de disposição para, dentro do possível,
reparar o dano produzido. Então não há muito que se discutir quanto ao significado
de arrependimento. Se você tem consciência que cometeu um ato (real ou
imaginário) errado, sabe que com aquele ato provocou dano em outrem e
sinceramente deseja não cometer mais tal coisa e se depender de ti os danos
causados serão reparados. Então eu posso afirmar que você esta arrependido. O
grande problema, a grande dificuldade está em identificar a origem do
arrependimento. Pois existem duas fontes geradoras de arrependimento (neste
ponto quero partir do principio que o arrependimento é verdadeiro e sincero)
uma carnal, gerado lá na mente, fruto do exercício das cinco capacidades
mentais estudado no artigo anterior e o outro um presente de Deus gerado no
coração de Deus e te dado como um presente.
Lembra que quando você abriu a
bíblia pela primeira vez estava buscando nela o suprimento, a solução para uma necessidade.
Considerando a mesma como verdade pessoal descobriu a Fé que é a convicção, a
certeza. A Fé está gerando em você uma convicção, e esta convicção esta
produzindo uma transformação interior. Esta transformação nada mais é que o
resgate divino sendo efetuado, você esta sendo resgatado, redimido, liberto de
um cativeiro (este assunto abordaremos posteriormente) e esta iniciando um
relacionamento intimo com Deus.
Vejamos o
que diz Romanos 2:4 “Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e
longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?”
quando iniciamos uma busca na bíblia não somente encontramos diretrizes e
orientações, mas encontramos o próprio Deus em pessoa.
Em 2corintios 7:10
diz “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da
qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” Lembra que
eu falei acerca de duas fontes de arrependimento sincero. Se o arrependimento
gerado dentro de nos, apesar de ser sincero, for fruto de nossas capacidades mentais,
infelizmente ele não produzirá resultados permanentes e fatalmente cairemos no
mesmo erro no futuro. Porque isto ocorre? Porque é a nossa própria natureza que
cometeu o erro e ela esta subjugada pela condenação do erro. Em João 8:34 está escrito “Respondeu-lhes Jesus:
Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do
pecado.” Por isto é impossível ao homem gerar arrependimento permanente por si
mesmo.
Aqui mais
uma vez voltamos a Fé. Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verá a
glória de Deus? João 11:40. Sendo a Fé a certeza, a convicção de algo que
não se vê, é necessário ter convicção de que o arrependimento divino nascerá em
seu coração, apesar de parecer loucura, 1 Coríntios 1:23 ele produzirá frutos para a
eternidade. Pois, o pecado não terá domínio sobre este arrependimento que foi
gerado pelo seu relacionamento com Deus.
Recapitulando:
Usando as cinco
capacidades mentais todo ser humano pode arrepender-se de erros cometidos.
Porem tal arrependimento tem pouca força e em algum ponto de sua existência
futura ele cederá à força do pecado e cairá no mesmo erro. Tal erro gerará novo
arrependimento e o ciclo se repete indefinidamente.
Baseado na Fé todo
ser humano pode usufruir do Arrependimento como um presente de Deus, fruto de
um relacionamento continuo com o mesmo. Tal presente permanecerá eternamente em
nos e produzirá frutos para toda a vida.
Como em uma espiral ascendente o ciclo “fé, relacionamento e
arrependimento” torna-se um padrão de vida. Mas isto já é assunto para outro
artigo.
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