O POTE
Corria o ano de 1837, lá na fazenda Santa Maria o escravo Prudêncio acabara de abrir uma caieira e retirava as vasilhas de barros ainda quentes de mais uma queima a pedido da Sinhá. Tinha moringas, gamelas e muitas coisas, mas a maioria era potes de todos os tamanhos, dos muito grandes para guardar mantimentos até os pequenininhos para temperos. Os mais bem feitos e perfeitos seriam separados para a casa grande o restante ia pra senzala. Ele tinha caprichado desta vez. Aquele barro que ele achou valeu o esforço, primeiro convencer o sinhô que o barro era bom, depois ir lá para cortar o barro no barranco que de tão duro parecia pedra, trazer para cá no carro, tinha de trazer aos poucos, porque os bois num agüentaram subir aquela ribanceira. Foram varias viagem. Depois foram as chuvas que quase levaram seu barro todo. Depois teve a quebra do milho, a lavoura, enfim, se não fosse a Dona sinhá a pedir os potes, o barro estaria lá ainda. Quem o ensinou a trabalhar com o barr