Foi assim


No final do século passado, lá pelo ano de 1998 eu conheci um senhor que trabalhava de balconista em uma farmácia vou chama-lo de Antonio pra preservar a sua identidade.
Conversa vai, conversa vem, cada um contando como veio parar em Guarapari. O Antonio me contou a sua história que passo a relatar agora, ficando a você a decisão se os fatos são verídicos ou apenas invenção desta minha cabeça.
Antonio era do interior de Minas Gerais, quando digo do interior é do interior mesmo,
A sua cidade tinha no maximo quatro mil habitantes e ele vivia no meio rural, filho de trabalhador braçal, trabalhador braçal ele era. Aos vinte anos casou com Celina, cujo nome você já sabe que troquei pelo mesmo motivo do Antonio, ele estava com vinte e três anos quando estes fatos aconteceram.
O pai de Antonio apesar de trabalhador braçal aprendeu o ofício de curandeiro e fazia às vezes de medico da região. Era aplicar injeção fazer curativos, benzer as crianças e assim por diante.
Antonio como filho caçula de uma família de doze irmãos foi o único a aprender alguma coisa do pai. E uma coisa ele fazia bem; era aplicar injeção.  Todo mundo elogiava o Tonho, como todo mineiro tem um apelido diminutivo vamos chamar o Antônio de Tonho.
- O Tonho tem a mão leve!  Dizia o pessoal da região. Leva lá no Tonho que ele aplica, diziam à uma mãe apavorada com um filho doente e as injeções na sacola.
Pois bem! Com esta introdução toda vamos aos fatos:
Certo dia de tardezinha, após a lida do dia na lavoura de café, encostou uma caminhonete cabine dupla, daquelas de pneu largo, na frente da casa de colono onde Tonho morava, era um pessoal  de Florianópolis que estava hospedado na casa dos Oliveiras, donos da fazenda.
Encurtando a conversa, o que eles queriam era que Tonho aplicasse três injeções  na  esposa  daquele casal  ali. Uma em cada dia.
Tinham trazido todo material descartável e prontamente ele preparou a aplicação e convidou a senhora para tomar a injeção em recindo isolado da casa, pois, a mesma seria aplicada nas nádegas. Ela tinha mais ou menos a idade da Celina e era bonita como a Celina.
Mas uma coisa aconteceu que mudou a vida do Tonho para sempre.
Quando aquela senhora se preparou para tomar a injeção o Tonho viu um bumbum todo bronzeado e com a marca do biquíni. Já estava acostumado a ver bumbuns, mas não igual a estenunca. Tinha muitos bumbum naquela região,  de tamanhos e formatos diferentes,  alguns mais bonitos outros terrivelmente feios, mas nada igual a este.
A mente de Tonho  sofreu um choque naquele dia, e como um bom cristão, o Tonho não ficou com pensamento de lascívia, desejos carnais e outras coisa mais,  mas ele começou a pensar na vida, em como ele estava se acabando e acabando com a Celina naquele serviço de roça. De como era possível  com um pouco de vontade lutar por algo melhor.
E por incrível que pareça decidiu morar no litoral.
E quando mineiro fala em litoral pensa logo em Guarapari.
- Celina, vamos morar no litoral.
-Tá doido Tonho, litoral é pra rico.
- Não! Vamos pra Guarapari. Procuro um serviço em uma Farmácia e você faz limpeza nas casa dos outros, pois você cuida da casa dos Oliveira aqui.
E assim foi em meados de 1984 mais uma família de mineiros chega a Guarapari.
Desceram no ponto de ônibus da Itapemirim e a primeira pessoa que conheceram foi o Chico Jabaculê, mas isto é outra História.

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